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NO LIMITE
Rebanho da agricultura familiar vive no limite de alimentação devido à seca
Os pequenos produtores de leite da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) estão entre os agricultores familiares mais afetados pela seca na região do semiárido de Alagoas. A estiagem vem interferindo diretamente no fluxo de produção de leite em pelo menos 30% nos últimos dois meses.
A situação tem levado produtores a se desfazerem de animais e improvisar no alimentação, segundo relato do produtor Wilton Souza, do Assentamento Sussurarana, que reúne 17 famílias, em Girau de Ponciano. “A água, de certeza mesmo, só de três em três dias quando conseguimos captar água numa distância de três léguas trazida com o carro de boi”, revelou Wilton.
Sem pasto verde, os animais estão no limite de reserva nutricionais e os produtores chegam a revezar a alimentação com a palma bruta. Um exemplo da calamidade é a situação de uma das novilhas parida há seis meses, que hoje beira estado de desnutrição. “Essa novilha só consegue produzir um litro por dia e esse volume está sendo deixado para a bezerra. Sem o alimento suficiente, essa novilha perdeu sua estrutura de produtora. Lamentável perder o animal para a seca”, desabafou o produtor Wilton.
Com o sinal vermelho aceso, a situação da agricultura familiar perante a estiagem em diferentes regiões do sertão é considerada grave, segundo o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro. “A situação é urgente para a sobrevivência das famílias e animais em geral. A convivência com os efeitos da seca chaga ao seu limite. Esse fator coloca em risco projetos de produção e investimento animal. Não será fácil reabilitar o potencial genético desenvolvido”, disse Monteiro.