SESSÃO PÚBLICA

Produtores  e beneficiários expõem dura realidade do Programa do Leite na Câmara de Maceió

Por alternativas que excluam a possibilidade de cortes no Programa do Leite, que beneficia 25 mil família de Maceió, produtores e beneficiários estiveram reunidos, na manhã desta sexta-feira,29, na câmara de vereadores de Maceió, durante Sessão Pública para discutir alternativas que evite o corte de recursos e, proporcionalmente, provoque a redução no volume de leite e  famílias beneficiadas.

A proposta, de autoria do vereador Silvânio Barbosa, trouxe  à público a realidade de famílias e pequenos produtores de leite que, nos últimos meses,  contabilizaram prejuízos com o atraso no repasse de recursos do governo federal. 

Apesar do anúncio do governador Renan Filho, da liberação de R$ 12 milhões do Fundo de Combate á Pobreza (FECOEP), líderes de associações de moradores de ‘grotas’ e comunidades carentes, pediram, com clamor, pela estabilidade do Programa.

“Meus filhos foram criados à base do leite que  recebemos todos dias. É triste ter que passar pelo que estamos passando nos últimos tempos, convivendo com a incerteza de que o leite não vai mais ser distribuído”, exclamou Edilene Regina dos Santos, representante do Movimento Humanização das Grotas.   

No outro lado da ponta, o produtor de Leite, Marcelo Ferreira, de Craíbas, classificou como dramático o congelamento dos pagamentos. “O programa hoje atingiu uma dimensão imensurável, estamos falando de 39 mil agricultores que brigam para não vender o leite a preço de água”, disse o presidente da Associação dos Produtores d Município de Craíbas, que possui 100 produtores  associados e produz o contigente de  30 litros por dia.

Continuidade

Sobre o possível desaceleramento, ordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o secretário da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, esclareceu que o governo vai continuar trabalhando por medidas para manutenção do Programa.

   “Estamos falando de um benefício que começou com 2,5 mil litros de leite e, em  10 anos, conseguimos construir um programa efetivo, que age em duas pontas importantes para o desenvolvimento econômico e social de Alagoas, captando 80 mil litros em quase todos os municípios", exprimiu. 

O representante do Esatdo também anunciu que na próxima semana, uma comitiva alagoana estará indo à Brasília/DF, para se reunir com aministra Tereza Campelo, do MDS. "Continuaremos unindo esforços com a bancada federal e poder legislativo para garantir da captação dos  80 mil litros”, disse. Vasconcelos,  na ocasião,  foi agraciado coma placa em homenagem pelos serviços prestados à frente da pasta estadual,  concedida pelo vereador Silvanio Barb osa, presidente da Sessão Pública.

Silvanio Barbosa, que conduziu os trabalhos e presidiu a sessão, cobrou mais empenho das prefeituras  para aquisição de leite nos serviços da administração pública: "É preciso pontuar o papel de cada setor e sua participação na questão. A dinâmica do programa precisa ser abraçada por todos, visto que sua utilidade é universal para as famílias  de Alagoas. Além da continuidade, ouvimos questões de logísticas, relatos de sofrimento e prejuízo. Estarei trabalhando por mais engajamento e compromisso com o programa", alertou. 

Diante do apelo pelo  aumento  do volume de leite para distribuição, bastante citado no Plenário Vereador Galba Novaes de Castro, o  presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro, afirmou, em seu pronunciamento, que a cooperativa possui   capacidade de ampliar o volume de leite destinado ao Programa.

“Enquanto a realidade do país impõe redução,  as famílias de baixa renda, em situação de risco social, clamam pela ampliação do Programa em nosso Estado. É preciso tornar público à sociedade o quanto esse programa é eficaz e salva famílias do êxodo rural diante de uma economia pouco industrial quanto a nossa. Hoje existe praticamente uma força-tarefa  trabalhando a favor do programa, de forma coletiva. É preciso compreender a dimensão de tudo isso e o impacto negativo que seria gerado sem o emprego e renda no campo, e ao mesmo tempo com presença da fome nos municípios”.

O programa

Atualmente a CPLA possui 4 mil produtores que fornecem ao programa. A cooperativa é uma dos fornecedores do Programa em Alagoas.  Diariamente, são 80 mil famílias beneficiadas com o recebimento do litro de leite por dia.

Para manutenção do programa, o governo do Estado destina 20% dos recursos  e o governo federal arca com 80% restante, via Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Em 2015, MDS destinou apenas R$ 28 milhões e o governo de Alagoas recorreu à empréstimos para cobrir a parcela restante. Este ano, Renan Filho,  viabilizou o aporte de recurso do FECOEP para adiantar a falta de recursos não enviadas pelo MDS.