Programa do Leite diminui distribuição para famílias carentes

A previsão dos laticínios e da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) já está se concretizando. O leite, que abastece um dos maiores programas sociais do Governo Federal, o Fome Zero, já começou a faltar. O cenário é conseqüência da seca e principalmente do assédio das grandes indústrias instaladas nos municípios vizinhos a Alagoas. A expectativa, de laticínios e agricultores familiares, é que o Governo do Estado sinalize com um pacote que socorra a Bacia Leiteira.

Na última semana, a CPLA com o apoio de diversas entidades do setor rural, entregou ao governador Teotonio Vilela Filho um manifesto esclarecendo qual a atual situação da Bacia Leiteira de Alagoas. “Mostramos que não podemos mais esperar, se o governo do estado não tomar uma atitude rápida vai faltar leite para abastecer o programa. Os governos de Pernambuco e Paraíba já sinalizaram com um pacote de socorro ao setor”, declarou Aldemar Monteiro, diretor-presidente da CPLA.

Com o alto custo de produção, falta de alimento adequado para o gado, e a diminuição da produção de leite, os agricultores familiares, que representam 95% dos produtores de leite do estado, estão deixando de honrar os compromissos firmados com laticínios alagoanos. Enquanto laticínios locais pagam R$ 0,76 por litro de leite,  atravessadores de Pernambuco estão comprando o leite produzido no estado por R$ 1,00.

“A CPLA está fazendo de tudo para honrar com o compromisso assumido com o Governo de Alagoas e o Governo Federal, mas as associações de agricultores familiares não estão podendo corresponder, devido aos custos de produção que subiram influenciados pela seca. O cenário é tão difícil que já temos um laticínio que pediu concordata e outros ameaçam fazer o mesmo”, revelou Monteiro.

No estado vizinho, Pernambuco, foi suspenso a cobrança do ICMS na compra de ração animal e disponibilizado o transporte para o produto. O governo anunciou ainda o aumento do preço do leite do programa, de R$ 0,76 para R$ 1,00. Para sustentar o gado foi anunciada a comercialização de trezentas mil toneladas de milho com desconto de quase 50%, a R$ 18,10, a saca.