No Dia Mundial do Leite, entidades  trabalham por reorganização da produção e fomento ao consumo

Famoso ouro branco, fonte de alimento e vida, o leite ocupa a segunda atividade que movimenta a economia de Alagoas no agronegócio, logo após a cana-de-açúcar. Com produção crescente, entre os pequenos produtores, com margem variando entre 3%  a 4% ao ano, a atividade teria o cenário ideal se não esbarrasse ainda na dependência dos programas sociais.

Segundo números da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), no Estado há 39 mil agricultores familiares que se declaram  produtores de leite. “São microempresários que exercem  papel fundamental para o acesso e distribuição de renda no campo. São pequenos produtores que convictos da importância do fornecimento ao Programa do Leite”, incluiu Aldemar Monteiro, presidente da CPLA.

No Dia Mundial do Leite, comemorado no último dia 1º, os pequenos produtores, apesar das dificuldades de desenvolvimento econômico e técnico, ainda comemoram desoneração tributária concedida pelo governo Renan Filho aos produtores de leite em 2015, como principal vitória dos últimos 8 meses.

 “Há um grande entrave no entorno da produção chamados custos de produção. Com muitas despesas e falta de confiança para subsidiar projetos, os produtores precisam de medidas reparativas como as dos impostos para canalizar maior segurança em produzir”, disse.

 Alimento completo, vital como a água, o leite em Alagoas alimenta cerca de 450 mil pessoas com a produção dos agricultores familiares que participam do Programa Social do Leite. Segundo dados da coordenação do Programa, da Secretaria da Agricultura, 80 mil famílias recebem o litro diário do leite que é produzido em 90% dos municípios alagoanos.

UBL

Além da manutenção do Programa do Leite e desenvolvimento das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa de Nacional de Aquisição Escola (PNAE), a ativação do Projeto da Unidade de Beneficiamento do Leite (UBL), unidade  da antiga fábrica  da Camila, em Batalha/AL, alimenta o sonho de milhares de produtores devido a meta de triplicar suas rendas até 2019, segundo projeção da CPLA.

“Temos um projeto sustentável que foi planejado para alavancar a cadeia produtiva e solucionar os problemas de escoamento da produção. Com uma grande indústria operando, teremos bebida láctea, iogurtes, leite UHT e o primeiro leite me pó produzido no Nordeste. Tudo isso absorvendo o excedente dos agricultores familiares”, lembrou Monteiro.

O projeto da UBL segue em fase de instalação dos primeiros maquinários e a previsão é entrar em operação ainda no primeiro semestre de 2017. Com a UBL, Alagoas terá capacidade para atender ao mercado regional, nacional e externo, incluindo cerca de 10 mil agricultores.

Para o produtor de leite,  Marcelo Ferreira, de Craíbas, o setor  precisa de mais investimentos. “Sinto que precisamos de estabilidade para garantir que a nossa produção terá destino certo. Com maiores investimentos financeiros, acredito, que vamos superar as dificuldades de momento”, disse.

Consumo

A oferta de leite e derivados é grande e a qualidade também.  Segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Alagoas (Sileal), entidade que representa 30 laticínios, a indústria tem investido em tecnologias, produtos inovadores e mercado para alcançar maior competitividade. Tudo para atrair mais consumidores de derivados.

“O leite é um alimento completo, rico em proteínas e de altos valores nutricionais. Está rodeado de praticamente todos os alimentos e tem efetiva participação na economia do Estado. A indústria tem se mantido orgnanizada e com projetos arrojados para valorizar o produto fabricado no Estado”, disse o presidente do Sieal, Arthur Vasconcelos.

O fator ingestão e popularização na dieta ainda preocupa o segmento. “O consumo de leite pela população ainda está abaixo do volume recomendado pela ONU, que é de 200 litros ao ano. No âmbito estadual, estamos trabalhando com campanhas de valorização da marca local e de incentivo ao consumo adequado de lácteos”, informou.

O Sileal em parceria com as indústrias associadas mobilizou associados e produtores, na última quarta-feira,1º de junho para comemorar a data. A ação aconteceu no  Maceió Shopping, durante todo o dia, com exposição  e degustação de queijos, bebidas lácteas, requeijão e leites. Mais de 500 pessoas visitaram o estande e degustaram as delícias lácteas

O objetivo foi reforçar  a importância dos lácteos para manutenção de uma alimentação equilibrada.