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05/04/2016 10:43:16

CAFÉ DA MANHÃ COM A BANCADA FEDERAL

Cooperativas fazem apelo à bancada federal de AL para manutenção de programas sociais em meio a possível impeachment da presidente Dilma

Bancada federal assume compromisso com agricultores familiares, promove encontro com demais parlamentares e agenda encontro com ministra Tereza Campello (MDS)

 Dos nove deputados federais por Alagoas, apenas três compareceram ao Café da Manhã organizado por cooperativas e entidades ligadas  a agricultura do Estado - que representa cerca de 100 mil agricultores familiares -  para discutir a continuidade dos programas que sociais em meio a retração econômica  afetada pelo cenário de crise política no Brasil, além do possível impeachment da presidente Dilma Roussef. O encontro  aconteceu na manhã desta segunda-feira,4, na sede da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) e contou com a presença dos deputados Ronaldo Lessa (PDT-AL), Marx Beltrão (PMDB-AL) e Givaldo Carimbão (PHS-AL).

Representantes da CPLA, Unicafes/AL  e Fetag-AL, pediram maior engajamento  junto aos órgãos federais para manutenção das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Aquisição de Alimentos Escolar (PNAE) e Programa do Leite. Os deputado prometeram agir em blocok, levando um dossiê  listando toda demanda do setor para ser entregue  à ministra Tereza Campello, titular do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS),  responsável pela gerência dos programas.

 No setor leiteiro, os produtores e mais de 80 mil famílias seguem ameaçados com a ordem federal de desaceleração do Programa do Leite, que teve corte de R$9 milhões, reduzindo o orçamento de R$28 milhões para R$ 19 milhões, o que deve levar o número de famílias beneficiadas pelo litro do leite caírem para 40 mil.

 Segundo informações do secretário de Agricultura de Alagoas, Álvaro Vasconcelos, os produtores estão há 5 quinzenas sem receber o pagamento. Segundo ele a contrapartida do estado segue garantida. “O ano passado o ministério já deixou de repassar recurso por dois meses e o governo bancou para que não houvesse esgotamento. A situação é grave, mas vamos continuar com os trabalhos, agora com reforço da bancada para assegurar essa fonte alternativa para produção de leite”, argumentou Álvaro, incluindo que o leite ocupa a segunda posição da cadeia produtiva alagoana, perdendo apenas para cana-de-açúcar. O preço praticado pelo programa é o melhor avaliado no mercado, fixado em R$ 1,14.

Planos de ação

 O deputado Givaldo Carimbão (PROS-AL), lamentou o risco que sofre o setor com o possível impeachment da presidente Dilma Roussef (PT). “O agricultor familiar pode ter convicção que tomamos esta causa como prioridade para nós representantes do povo. Tenho certeza que com a união e intervenção dos deputados federais a causa será resolvida e não só o produtor de leite será atendido, mas sim toda ordem da agricultura”, declarou Carimbão, informando que a mobilização já foi iniciada.  

De acordo com Carimbão há entraves que estão impossibilitando a permanência dos programas no Estado: “Há um certo ruído sobre o futuro do programa, nada que não possa ser esclarecido junto a ministra Tereza Campello”, ressaltou.

As demandas da agricultura familiar  também sensibilizaram o deputado Marx Beltrão, que é relator da medida provisória que trata da dívida rural: “Minha escola política sempre foi cooperativa, então já conheço a importância que todas possuem aqui. Estamos assumindo esse compromisso para que, de forma conjunta, os deputados possam defender esse programa. Tenho certeza que nenhum deputado ou senador se negue a tal”.  

Marx também não poupou palavras e foi enfático sobre uma possível negativa do governo: “se o Programa do Leite e PAA  não forem atendidos,  já anuncio rompimento com governo”, declarou em discurso.

O coordenador da bancada de Alagoas, Ronaldo Lessa, também acompanhou o pensamento dos colegas de congresso. “Alagoas continua sendo nossa referência. Vou pegar essa documentação para junto com a bancada trabalhar no ministério e fazer o máximo possível. 

O ex-governador também relembrou que programas de distribuição de leite foi iniciado em Alagoas, antes do modelo nacional , quando ainda era prefeito: “Iniciamos, ainda limitados, sem a participação do governo federal, mas já atentos as necessidades do povo, porque sabia do que as pessoas precisavam para segurança alimentar”, lembrou Lessa.

Preocupação

O presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, se mostrou otimista com os planos da bancada federal. “Desde fevereiro o pagamento do programa do leite não sai, não chega recursos federais para isso. A situação é delicada e tende a piorar com a derrocada do governo Dilma. O programa do leite atende cerca de 80 mil família e possibilita a inclusão produtiva de mjais de 4 mil  produtores, num estado com que  possui 100 mil agricultores que lutam por seu  espaço no campo", disse.

Aldemar também pediu paciência aos produtores, informando que também acontecerá um segundo momento com a Assembleia Legislativa (ALE) e em seguida em Brasília/DF: “Sabemos que é preciso  buscar mais. Vamos aproveitar essa provocação de hoje  para frisar que está em jogo o destino de 100 mil trabalhadores rurais. Com responsabilidade, vamos brigar até o último momento para fazer entender que Alagoas precisa desses programas para sobrevivência de sua agricultura”, alertou.

O Café da Manhã com a Bancada Federal foi promovido pela Unicafes/AL, Fetag/AL e CPLA. O encontro foi prestigiado por diversas autoridades do legislativo e executivo de Alagoas. Participaram: os deputados estaduais Francisco Tenório e Carimbão Júnior, o vereador Silvano Barbosa, secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, além do superintendente da Conab e Mapa, Elizeu Rêgo e Alayr Correia. Entidades como Sindleite e Sileal foram representadas por seus dirigentes, André Ramalho e Arthur Vasconcelos, respectivamente. 

 Os deputados federais Paulão (PT/AL) e Maurício Quintela (PR/AL)  chegaram a confirmar presença, mas por imprevistos tiveram que antecipar seus retornos à Brasília/DF. 

CPLA - Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas
Av. Siqueira Campos, nº 1295, Prado - CEP 57010-001 - Maceió - Alagoas
Fone: (82) 3336-9300