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15/03/2013

Setor leiteiro argentino perde competitividade por causa da inflação

Fonte: La Nación; traduzida e adaptada pelo site MilkPoint


Como em outras atividades do campo, a produção leiteira da Argentina também está sentindo o golpe de ter custos que sobem cada vez mais rápido pelo impacto da inflação com relação ao preço recebido pelo produtor pela matéria-prima. No ano passado, enquanto os custos aumentaram em média 30,6%, o valor recebido pelo leite aumentou em apenas 8,6%.

Esses dados são de uma análise realizada pelo vice-presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Néstor Roulet. Ele fez um exercício simples, mas contundente, para chegar a esses números. Pegou os preços de 18 insumos necessários para produzir leite, desde o alimento balanceado e as sementes de milho até a eletricidade, e fez uma análise sobre a evolução destes valores entre janeiro e dezembro do ano passado. O aumento de 30,6% foi a média encontrada de variação dos preços, entretanto há alguns insumos que aumentaram bem mais que a média, como por exemplo, os antibióticos, que subiram em 35%, e a eletricidade com aumento de 38%. O imposto imobiliário rural em Córdoba também foi um quesito com em destaque, finalizando o ano de 2012 com 72% de aumento.

No entanto, o preço pago pelo leite aumentou em apenas 8,6%, de 1,52 pesos para 1,65 pesos (US$ 0,29 a US$ 0,32) por litro. De acordo com Roulet, se o preço ao produtor se ajustasse aos aumentos dos custos, em dezembro o valor deveria ter sido de 1,98 pesos (US$ 0,38), 20% a mais. Essa diferença coincide com a melhora no preço que os produtores estão pedindo.

Na semana passada, durante a Expoagro, a Mesa Nacional de Produtores de Leite solicitou como medida de ajuda 30 centavos de dólar por litro de aporte não retornável para a produção dos primeiros 3.000 litros em uma fazenda.

A Mesa Nacional de Produtores de Leite também realizou sua própria comparação entre custos e preços ao produtor, mas considerando ambos desde 2008. Segundo essa análise, enquanto o valor ao produtor aumentou em 95%, os custos aumentaram em 176% e ficaram com média de 2,17 pesos (US$ 0,42) por litro, bastante acima da média recebida.

Atualmente, a situação dos produtores argentinos e dos consumidores de lácteos do país contrasta com o que acontece em outros países da região. Com relação aos produtores, enquanto os argentinos recebem, em dólar, cerca de 33 centavos, os uruguaios estão recebendo 38 e os brasileiros, 43 centavos de dólar por litro. Do lado dos consumidores, os argentinos pagam o equivalente a US$ 1,22 por litro de leite e, no Brasil, US$ 0,94.

Foto: divulgação
CPLA - Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas
Av. Siqueira Campos, nº 1295, Prado - CEP 57010-001 - Maceió - Alagoas
Fone: (82) 3336-9300